"MUSA IMPASSÍVEL"
{Francisca Júlia}
"Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!
Diante de um Jó, conserva o mesmo orgulho,
e diante de um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.
Em teus olhos não quero a lágrima;
não quero em tua boca o suave o idílico descante,
Celebra ora um fantasma angüiforme de Dante;
Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.
Dá-me o hemistíquio d'ouro, a imagem atrativa;
A rima cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos d'alma; a estrofe limpa e viva;
Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos."
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No carnaval de 2010, eu e minha família, juntamente com minha sogra fomos passsear numa cidade chamada Eldorado Paulista e, para minha curiosidade, la chegando fui descobrir que esta é a cidade onde nasceu a "musa impassível", nossa querida e eterna professora "Francisca Júlia", dona dos mais lindos poemas parnasianos da época e que ecoam até hoje proferida pelas vozes de pessoas das mais diferentes idades. Para mim, foi uma surpresa muito grata, pois como fã e admiradora desta personagem real, fiquei muito orgulhosa em poder tirar uma foto ao lado de seu busto, em praça pública.
Escolhemos este lugar pois o Jerônimo quando pequeno, com seus pais e seu irmão mais velho Sérgio, moraram nesta cidade. Eles moravam num hotel e a mãe deles trabalhava como professora numa fazenda da cidade. O pai era um ilustre vendedor de livros "Enciclopédia Barsa", relíquia em tempos em que computador ainda era apenas uma "máquina do futuro".
Nos hospedamos no mesmo hotel, pois o Jerônimo queria muito mostrar aos filhos, suas raízes que ficaram tão distantes dos dias de hoje.
Durante o trajeto tiramos umas fotos lindas num lugar chamado "Cabeça da Anta" e na "Caverna do Diabo" a qual, sinceramente não consegui assimilar até agora porque leva esse nome tão feio, sendo um lugar esculpido pela natureza e moldado por Deus. Infelizmente essas fotos que ficaram lindas, eu acabei as perdendo, até tenho uma tese sobre isso, foram tiradas com a máquina de minha sogra e já viu né, sogra com nora desde que o mundo é mundo é algo que não tem uma química boa, rsrsrsrsrs..... (brincadeirinha viu sogrinha!)...ela sabe que jamais faria algo desse gênero propositadamente, foi um lapso apenas.
Cidade bem típica de interior mesmo, não há praticamente nada para se fazer e a noite (já que estávamos em pleno carnaval), houve uma festa na cidade na qual todas as pessoas (moradores e visitantes) se reuniram para comer em barraquinhas de cachorro-quente, pastel, bebidas, e alguns brinquedos. Ah! Tinha também uma banda ao vivo, mas choveu até e o show foi obrigatoriamente, cancelado. Apesar da chuva, o calor estava de doer os ossos, mas foi muito legal esse passeio.
As crianças amaram, conhecemos lugares incríveis e mais, tudo tão barato, hospedagem, comidinhas, Deus do céu, lá é um lugar a parte no mundo! Fora a beleza do lugar. Nunca vi tanta água e tanta natureza preservada, que lugarzinho explêndido! Nós, os adultos, nos encantamos, mas as crianças, amaram tanto tanto, que nos fizeram prometer voltar logo.
Os artesanatos de lá são lindos, e conhecemos a Dona Elza, ela faz a melhor queijadinha da cidade, uma delícia sem precedentes.
Na cachoeira do "Meu Deus", tivemos a oportunidade de conhecer um menininho (só na idade, pois seu tamanho era bem maior que eu ou o Jerônimo", ele fazia parte de uma vila quilombola que tomava conta dessa cachoeira. Cuidavam da manutenção e guiavam as pessoas até lá. Aos treze anos, ele ainda não sabia direito o que era internet, mal um computador sequer, ele compreendia direito. Estava no sétimo ano escolar e estudava numa escolinha ali mesmo na vila quilombola.
Nossa empatia foi de cara, ele um menino muito amoroso, um inocente nos dias de hoje, sem maldades, não sabe sequer gírias que utilizamos sobretudo imagina se ele iria compreender um palavrão ou coisa assim.
Para vocês terem uma ideia, a chegada até a cachoeira do "MEu Deus", que eu cheguei bem perto, mas não conheci, por medo de escalar uma montanha, tivemos que andar dentro de um rio por 1 hora e meia aproximadamente e la foi o Michael (lê-se: Micael) com meu filho Leonardo (5 anos) no colo ou nas costas, que menino forte, ficamos muito impressionados, com tanto amor que ele nos ofereceu assim, de graça.
O mais impressionante foi a minha sogra que aos 76 anos, não reclamou um segundo sequer sobre as duras penas que passamos até chegar lá. Que vitalidade, espero chegar a essa idade com essa disposição toda, isso foi realmente admirável.
Infelizmente na hora da volta para a casa, acho que comi tanta besteira, que tive que ser atendida pelo SAMU na beira da estrada, tive fortes dores abdominais e tomei um buscopan na veia, isso me deu um soninho, dormi igual uma rainha na processo de volta pra casa,nem vi nada mais, ainda bem que estava de noite. {Buááááá.......}.
Eu recomendo! Não deixe de incluir esse passeio em seus roteiros culturais!
Bjkas da Syy
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