{foto Lê Buzato}

terça-feira, 7 de setembro de 2010

É solitário andar por entre as gentes**

**É um não contentar-se de contente...



é cuidar que se ganha em se perder.....****






Eis que no feriado de 7 de setembro de 2010, fui literalmente "despachada" pelo meu marido para a praia (risos) com meus dois filhinhos pequenininhos, a fim de vivenciarmos um período sabático de cinco longinquos dias. Como bem pode-se supor, período sabático para ele, evidentemente e que isso fique bem claro aqui. Porque? POr uma questão de lógica apenas; veja: ele é quem ficará na solitude de nosso lar, sem tanto comprometimento com trabalho, na ausência da esposa e filhos. Sem dúvida, a vida que todo marido pede a Deus de vez em quando, srsrsrs.





Para mim, nem tanto, pois, além de enfrentar na ida horas a fio na estrada e contratempos na localização de nossa estadia, sozinha e com duas crianças a tira-colo e, com chuva ainda por cima, realmente, não é uma tarefa das mais fáceis, contudo, até que foi bem bacana no desenrolar da trama.

Chegamos na sexta-feira, dia 03 de setembro. A cidade parecia uma cidade fantasma: não tinha nada de nada aberto, não haviam pessoas pelas ruas e o barulho do mar com o vento frio fazia tudo parecer até meio sinistro.

Lembrei de minha irmã. Nos primeiros anos de seu casamento, eles saiam de carro nos fins de semana para desbravar horizontes, conhecer lugares, saíam sem destino e eu os admirava tanto por isso...Certa vez, meu sobrinho Rafael era bem pequenininho e eles foram para em uma cidadezinha chamada "Rafardi". Meu sobrinho ouviu por anos todos falarem que passaram por uma cidade de nome parecido com o dele. Para eles tudo era festa. Eles sempre foram tão unidos! Acho lindo isso!!




Quando me vi na mesma situação deles, não achei tanta graça...De certa forma tive um pouco de medo por estar sozinha, esta é que é a verdade.




No dia seguinte, após o café da manhã fomos para a praia e aproveitamos bem o dia. À noite fomos para a feirinha de artesanato em Mongaguá onde conheci a Dona Cida, uma senhorinha prá lá de especial que tem olhos cor de céu de outono e mãozinhas de fada. Vejam o post de algumas das maravilhas que ela faz!! Gente do céu, que trabalho mais encantador!!! Fiquei maravilhada e, claro, "fui obrigada" a comprar uma maravilha dessa para mim. Ela fica num box da Feira de Artesanato de MOngaguá, o nome de seu espaço é "Teorema". Se alguém se interessar, pode encomendar que ela envia por sedex.


After day.......................


Foi aí que ficamos um pouco entristecidos {humpfts}. O frio desembarcou por lá e junto dele, uma chuvinha bem fininha e chata. Estava eu e os pimpolhinhos fazendo uma caminhada pela orla, quando começou a garôa, tivemos que voltar correndo.

Fomos então andar pela Praia Grande em lojinhas (comprei um chinelinho pra mim bem bunitinho), fui à manicure, fomos ao balcão de informações da cidade, fomos ao Extra comprar ovomaltine, bolachas e shampoo, outra lojinha comprar colar e anel de surfista para os pequenos e, por fim, voltamos para o almoço. As crianças brincaram e fizeram novos amigos. E assim sucederam-se os demais dias.







Conhecemos uma menininha chamada Laura que fez aniversário e a mãe dela comprou um bolo bem gostoso. Achei a ideia super bacana, ela chamou os novos amigos e todos cantaram parabéns a ela. Bem original "esse jeito" de festejar longe do contexto familiar. Ela estava fazendo 10 anos e meus filhos pediram que eu comprasse um presentinho a ela. Muito carinhoso da parte deles, já posso notar que eles não serão trogloditas insensíveis com o sexo oposto, srsrsrsr.

No dia 7 de setembro, tomamos café da manhã e saímos para passear. Esticamos até Santos e seguimos até o Centro Histórico, como já há de se saber, eu adoro essas coisas.


Passamos pela "Igreja Gótica"





Ilha Porchat Club, monumento aos 500 anos de São Vicente, por Oscar Niemeyer,





Pinacoteca


Foi uma pena, mas a Pinacoteca do Estado que fica em Santos abria somente as 14horas e não tivemos oportunidade de voltar depois, sniff...De lembrança restou apenas esta foto.






Bonde

No Centro Histórico de Santos, o passeio de bonde, é realmente uma das passagens "obrigatórias e inesquecíveis". Muito bacana mesmo...esse bonde tem mais de cem anos, todo restaurado e, em suas áureas épocas, foi o único transporte. Dessa forma podemos concluir que as pessoas se misturavam, não havia classe social, nem raça, etnia ou crença, todos estavam ali.











O "vovô sabe tudo" é um carinho à parte dentro do bonde. COm a finalidade de exaltar a melhor idade, o bom velhinho foi contratado para enaltecer grandes momentos vividos através do bonde, do qual ele vivenciou e atuou como maquinista durante 14 anos. Uma gracinha de pessoa, nos contou momentos incríveis que viveu ali e como construiu sua família ao conhecer sua esposa, o que já passa dos 46 anos. Fofo não é?








Bonde funicular (Monte Serrat)
Genteee!!! Essa foi demais! Jamais em minha vida eu imaginaria algo assim, sobretudo aqui bem pertinho, em Santos!
A parada é a seguinte: Bonde funicular. Um bonde que sobe e desce ancorado por um cabo de aço e içado por uma roldana. Detalhe: ele se movimenta em cima de uma rocha íngrime e, de lá do alto, Santos e o porto se encontra à nossos pés. É assustador no começo, mas o cenário é lindo, vale a pena...






Dentro da casa onde funcionam os maquinários, há um bom tempo atrás, funcionava um cassino e toda elite santista frequentava o lugar com suas apostas, De lá saíram muitos novos-ricos bem como, milionários à beira da falência. Coisas de jogo...
Hum, tem uma cafeterie lindinha la em cima e um belíssimo salão, na qual todo fim de semana tem festa de casamento. Puxa que ideia incrivel essa, adorei isso!



Você já deve ter ouvido falar que para descer, todo santo ajuda, ufaaa.............Dá um medooooo!!!!!!!!!!


Parada obrigatória: Almoço na Quinta


Neste dia que foi feriado, o único restaurante aberto no Centro Histórico de Santos era a Quinta da XV (XV de NOvembro, seu endereço) e lá fomos para apenas um almoço sem maiores pretensões. Que sorte a nossa..................




O Chef e dono da casa, mais conhecido como Português, Sr. José Paiva capricha nos sabores da "terrinha" e pude notar que faz questão de conversar com todos os clientes, o que torna o lugarzinho mais acolhedor. De quebra ainda por cima, o almoço é servido embalado por música apenas orquestrada na qual um casal faz as vezes em torno de um violino e flauta. Que almoço poderia ser mais encantador do que esse num dia como o de hoje?

Os pratos não se fixam apenas na culinária portuguesa, os dotes do português foram ampliados para comidinhas de nossa nação, com direito a bife com batatas fritas, porém para mim, o que mais amei foi o bolinho de bacalhau que comi deliciosamente acompanhado por uma bela latinha de cerveja, srsrsrsr........se eu estivesse ao lado de meu marido ficaríamos horas por ali, bebericando e beliscando essa especiaria trás dos montes.

Adorei os quadrinhos feitos especialmente para o restaurante por alunos da APAE santista, cada qual com sua característica:
O primeiro com a oração à Imaculada Conceição de Maria,




O segundo contando curiosidades em torno dos bigodões portugueses,



O próximo em se tratar de Maria rainha de Portugal,




e por fim, a Lenda do Galo de Barcelos. Simplesmente uma graça...






Só para complementar, nas paredes do simpático lugar, há diversos quadrinhos com fotos de personalidades que ali estiveram, reportagens de jornais e circuito gastronômico e alguns relicários portugueses como esse "chapeuzinho da madeira" (Ilha da Madeira) o qual lembra o gorro do Papa porém, todo enfeitadinho artesanalmente, lindo demais. Eu sugeri que o proprietário colocasse seu preço para me vender de tanto que amei, mas não teve negócio devido ao valor inestimável para venda. Sniff.......srsrsrrsrs.





Bolsa Oficial do Café




Construído de forma bastante cuidadosa nos detalhes e grandiosidade, o edifício inaugurado em 1922 como parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil, tornou-se um dos cartões postais mais conhecidos da cidade de Santos.








Tudo o que imprime aos visitantes de primeira viagem como eu, são a valorização da riqueza de materiais e ostentação do ambiente, o que nos leva imediatamente a notar a importância que o "ouro preto" tinha na época.







Lá fomos parar por ocasião do lançamento do novo livro de Laurentino Gomes intitulado "1822" no qual visa "Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado. E, no entanto, deu certo" (notas do livro). Estou curiossissima para saber mais sobre essa combinação imperfeita.


Eu diante inúmeros rótulos de café existentes no mercado.





O Museu é incrível, embora não tenho conseguido "absorvê-lo" por completo pois com crianças pequenas é difícil concentrar.





Tão logo visitamos o Museu que havia dentro da Bolsa Oficial do Café, avistamos que já estava ficando lotado e resolvemos entrar na fila de autógrafos. Havia um buffet contratado para o evento, oferecendo um coquetel durante a espera que aliás nem foi tão longa, mas que eu achei muiiito chique: de comidinhas apenas cuscuz de bacalhau ou de camarão e mini espetinhos de tomate-cereja, mussarela de búfala e manjericão. Para beber: água, vários tipos de sucos e, acreditem se quiser: Veuve Clicquot em charmosas tacinhas perambulando Museu adentro pelas mãos de alguns garçons bem educadíssimos, srsrsrsrsr. Foi de babar...............mal eu conseuia crer que estava ali, naquele momento. Ahh, claro! Não posso deixar de mencionar: um casal tocando as mais lindas canções de MPB ao toque de flauta-doce e violino. Belíssimo!!!




Eu e meus pequeninos ao lado de Laurentino Gomes, autografando "nosso livro".


Gostei tanto dessa passagem, que pretendo voltar em breve para contemplar os demais cartões postais de Santos, que não deu tempo de xeretar.

Farei novas postagens depois....beijokas da

Sy~**
Byee



**Lenda do Galo de Barcelos***
A lenda do Galo de Barcelos narra a intervenção milagrosa de um galo morto na prova da inocência de um homem erradamente acusado. Está associada ao cruzeiro seiscentista que faz parte do espólio do Museu Arqueológico, situado no Paço dos Condes de Barcelos.
Segundo a
lenda, os habitantes de Barcelos andavam alarmados com um crime, do qual ainda não se tinha descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo, apesar dos seus juramentos de inocência, que estava apenas de passagem em peregrinação a Santiago de Compostela, em cumprimento duma promessa.
Condenado à
forca, o homem pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou: "É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem."
O juiz empurrou o prato para o lado e ignorou o apelo, mas quando o peregrino estava a ser enforcado, o
galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Compreendendo o seu erro, o juiz correu para a forca e descobriu que o galego se salvara graças a um nó mal feito. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz.
Alguns anos mais tarde, o galego teria voltado a Barcelos para
esculpir o Cruzeiro do Senhor do Galo em louvor à Virgem Maria e a São Tiago, monumento que se encontra no Museu Arqueológico de Barcelos.